segunda-feira, 1 de março de 2010

Feche seus olhos e recoste-se na parede vazia, branca e fria. Não deixe que os zumbidos mundanos atrapalhem sua visão.
Entre naquele mundo onde tudo é real, onde a dor e a distância são personagens, e não fatos. Deixe-se levar por tudo aquilo que deveria ser.
As manhãs frescas, o som da frigideira estalando. O sol nascendo, e os olhos ainda vivamente vorazes, captando cada centímetro de matéria que podem. As mãos e seu dom de adormecer, aquecer e proteger. A boca que fala sem medir, mas disso nunca precisou. Conhece as palavras certas, os momentos certos. Conhece os caminhos, chega rápido ao coração.
As noites frias, porém quentes e animadas. Os filmes que não fazem sentido, ou que tocam fundo na alma e mudam um gene qualquer. Veja bem os abraços fortes, os consolos e as alegrias divididas e aumentadas. Feche ainda mais os olhos, e veja o amanhã que vem ainda mais longe. Todas aquelas projeções, veja-as reais. Veja como se fosse carne, e sinta como se fosse ar. Entre correndo por esta porta, mas não a tranque. Segure-se mais rápido que puder naquele que te suporta, te ama e te protege. Não o deixe ir, não o deixe só. Não se deixe só.
Chore, se precisar. Quando as palavras não conseguirem fazer seu papel, deixe as lágrimas contarem aquilo que deve ser contado. Deixe a sinceridade da alma transparecer pelo líquido igualmente transparente. Não fale, se não puder. Apenas chore, e chore tudo que tiver que chorar. Mas abrace a oportunidade rara, unica e sempre presente, de dizer 'eu te amo'.
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Eu te amo. Te amo com todas as forças que eu não tenho, e te quero mais que tudo aquilo que já pude querer. Cada centímetro pede por você, cada minuto, cada molécula de ar. Amo tanto que não consigo dividir o 'eu' e o 'você'. Amo tanto que daria tudo para estar ao seu lado. A dor que sinto é tão física, tão sincera, que me mata por dentro a cada segundo. Eu te amo.

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